quinta-feira, 8 de março de 2012

Luz, câmera, ação

A vida é mais ou menos uma novela dotada de personagens.
Fazemos do dia nosso teatro inventado, nosso palco de exposições.
Convivemos com outras peças e de peças de quebra-cabeça fazemo-nos, num verdadeiro centro de atenções.
Encaixamo-nos.
Assim passam os dias, os jogos encaixados se desfazem e nosso teatro de cada dia forma a peça mais bela.
A vida.
Viver é moldarmo-nos. E dói.
Dói simplesmente porque todo esse ensaio mal ensaiado tira o mérito do autor.
O dono do teatro.
O organizador da exposição metafórica que invade a mente. E toma conta.
Nós.
Nós, os culpados de tudo.
Não deveríamos nos moldar.
Nunca transfigurarmo-nos noutro ser, que por sua vez, é inventado.
Uma bruta invenção, falsa. Que nos domina.
Estamos aqui, então que sejamos o que realmente almejamos para nós.
 Exploremos formas, cores, amores e sabores.
Tenho abstinência disso tudo.
Deixemos de lado as personagens que vestimos junto com nossas roupas
e sejamos os protagonistas.
Usemos a transparência da alma como fantasia.
Só assim,
meu bem,
a essência das horas minuciosas
que passam por nós sem dó, o dó emanado
do violão,
servirá como roteiro
para nossa própria apresentação.
Luz, câmera, ação. 

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